“Nós somos governo, literalmente governo”, disse o líder do maior bloco partidário da Câmara dos Deputados, Felipe Carreras (PSB), após se reunir, nesta quarta-feira (10), com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para discutir, entre outros pontos, os motivos que levaram o Governo Lula (PT) a sofrer derrotas na Casa. O maior revés do Planalto foi sobre o marco legal do saneamento. Lideranças do PSB, como o próprio Carreras, votaram a favor da derrubada de dois decretos do presidente Lula que mudavam o marco aprovado pelo Congresso na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Carreras explicou que alguns partidos do bloco formado pelo PP, União Brasil, PDT, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB, além do PSB, apresentaram reações contra o texto vindo do Governo, mas declarou que está se pavimentando a consolidação de uma base sólida do Governo Lula na Câmara.
“Essa (derrota) foi algo pontual. (Esse episódio) já foi superado, conversado”, declarou o socialista, em entrevista coletiva em Brasília, onde adotou um tom conciliador. Carreiras evitou, inclusive, falar sobre a ausência do presidente Lula no encontro.
O deputado federal contou ter se reunido com lideranças das nove legendas que fazem parte do bloco liderado pelo PSB para garantir apoio à gestão petista. “A gente vai ter, diante do governo Lula, erros e acertos, conversas. Tivemos uma reunião do nosso bloco, composto por nove partidos, e o bloco está firme com o presidente Lula”, explicou.
A reunião ocorreu com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), onde ela cobrou lealdade do PSB ao Governo. A sigla tem o vice-presidente e três ministérios de peso, incluindo um comandado pelo próprio Alckmin. Gleice cobrou que o PSB siga o governo nas votações, mesmo nos casos em que o blocão opte por um caminho contrário.
Fonte: Folha de Pernambuco