A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que apura supostas irregularidades na cota de gênero do Partido Solidariedade em Serra Talhada ganhou um novo capítulo. A coligação “Por Amor a Serra Talhada”, que move a ação, apresentou sua réplica ao processo, trazendo novas alegações contra a defesa do partido.
O blog apurou que no documento, protocolado na madrugada do dia 13 de fevereiro, a coligação sustenta que o Solidariedade apresentou provas inconsistentes e que haveria indícios de manipulação de prints na defesa. O ponto central do processo é a suspeita de candidaturas fictícias de mulheres para o cumprimento da cota de gênero, o que teria beneficiado diretamente a vereadora Juliana Tenório.
A denúncia inicial apontou que as candidatas Jéssica Bianca e Michele Barros tiveram votação insignificante e não realizaram campanha própria, sendo usadas apenas para formalizar a cota. O Solidariedade rebateu, argumentando que a baixa votação se deve a fatores comuns entre novos candidatos e que ambas participaram regularmente do pleito.
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Coligação questiona provas apresentadas pelo Solidariedade
Na réplica, a coligação “Por Amor a Serra Talhada” argumenta que os prints anexados pela defesa não são confiáveis e levanta suspeitas sobre uma possível manipulação das provas apresentadas pelo partido. Entre os pontos questionados, a coligação cita que os prints não teriam elementos básicos de verificação, como curtidas e datas visíveis, e que a candidata Jéssica Bianca teria levado seu celular ao cartório para certificar provas, mas não incluiu determinadas postagens, o que, segundo a coligação, levanta dúvidas sobre sua autenticidade.
Outro ponto levantado pela coligação é que prints de conversas no Instagram foram apresentados sem ata notarial, e áudios anexados pela defesa não foram transcritos, o que, para os autores da ação, fragiliza a validade do material. A coligação também sustenta que as postagens feitas por Jéssica Bianca durante a campanha eram voltadas para promover Juliana Tenório, e não sua própria candidatura, reforçando, em sua visão, a tese de candidatura fictícia.
Além disso, outro aspecto questionado no processo envolve as contas de campanha do Solidariedade, que, segundo o sistema da Justiça Eleitoral, não foram devidamente encerradas. A defesa do partido apresentou documentos mostrando que o pedido de encerramento foi feito, mas não há confirmação de que tenha sido aceito pelo banco, o que pode se tornar um fator crítico no julgamento.
Possível reviravolta na Câmara de Vereadores
Com a apresentação da réplica, o caso agora está concluso para decisão do juiz eleitoral da 71ª Zona Eleitoral. O magistrado já solicitou um parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) antes de tomar uma decisão final. Caso seja confirmada a fraude, o Solidariedade poderá ser excluído da disputa, o que alteraria a composição da Câmara Municipal.
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Caso o partido seja penalizado, há a possibilidade de reconfiguração das vagas de vereadores, beneficiando partidos como Podemos e Republicanos. O Podemos, por exemplo, tem o suplente Vandinho da Saúde (1.544 votos) bem posicionado para herdar uma cadeira. Pelo Republicanos, os suplentes Nailson Gomes (1.219 votos) e Vera Gama (1.133 votos) também aparecem entre os possíveis beneficiados na redistribuição das vagas.
A expectativa agora é pela decisão do juiz, que será determinante não apenas para esclarecer as denúncias de fraude, mas também para definir os rumos da Câmara Municipal de Serra Talhada.
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