A Câmara de Vereadores de Serra Talhada deve viver um dos momentos mais emblemáticos da atual legislatura na próxima terça-feira, 10 de junho, quando está prevista a votação das contas do ex-prefeito Luciano Duque, referentes ao exercício de 2019. A matéria, que passou por seis sessões no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) até ser aprovada com ressalvas, chega ao plenário envolta em articulações intensas, movimentações de bastidores e expectativas de um desfecho surpreendente.

Duque, que administrou Serra Talhada por dois mandatos e atualmente é deputado estadual, teve as contas aprovadas pelo TCE após acalorados debates entre os conselheiros. O parecer favorável foi concedido mesmo diante de questionamentos sobre a contabilização de restos a pagar, com voto divergente acolhido pela maioria do colegiado.

Após a leitura do parecer do TCE em plenário, no último dia 20 de maio, o processo foi encaminhado à Comissão de Finanças. E se a movimentação dos últimos dias já apontava maioria confortável para Duque, agora cresce a expectativa de que a votação possa surpreender com um posicionamento unânime da Casa.

De acordo com informações apuradas pelo Blog, o ex-prefeito já conta com os votos de Antônio de Antenor, Lindomar Diniz, Clênio Melo, André Maio, China Menezes, Antônio Rodrigues e Romero do Carro de Som — este último, que está licenciado, retornará ao plenário apenas para votar, como o Blog já havia antecipado. Romero reassume o posto ocupado por Gin Oliveira.

Nos bastidores, cresce a expectativa sobre os demais votos. Há quem aposte que os governistas mais fervorosos — Giliard Mendes, Tércio Siqueira, Rosimério de Cuca, Alice Conrado e Juliana Tenório — devem votar contra.

Na corda bamba, e sendo observados de perto por ambos os lados, estão os governistas Jaime Inácio, Pinheiro de São Miguel, Ronaldo de Dja e Zé Raimundo.

Para manter a aprovação, bastam 6 votos favoráveis, já que o parecer do TCE é pela aprovação.

Para derrubar o parecer e rejeitar as contas, a oposição liderada pela prefeita Márcia Conrado precisa de 12 votos.

O retorno de Romero tem sido visto como um gesto calculado, que reacende os rumores sobre seu distanciamento da base governista atual.

Em meio ao tensionamento político local, a sessão do dia 10 promete ser decisiva, simbólica e estratégica, com ecos que podem ultrapassar os limites da Casa Joaquim de Souza Melo e reverberar nas movimentações para 2026.