O município de Arcoverde, no sertão de Pernambuco, se viu no centro de uma polêmica que ganhou repercussão nacional. Durante uma sessão na Câmara de Vereadores, a vereadora Zirleide Monteiro (PTB) proferiu declarações preconceituosas que chocaram a todos os presentes e que agora, após a publicação inicial do jornalista Nill Junior de Afogados da Ingazeira, ecoam por todo o país.

O alvo das palavras preconceituosas de Zirleide foi uma mãe que, lamentavelmente, não teve sua identidade revelada. A mãe em questão tem um filho de apenas 4 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O motivo do discurso da vereadora foi um desentendimento prévio entre ela e a mãe da criança, o qual culminou em uma declaração profundamente insensível.

Zirleide Monteiro declarou na sessão que a mãe estava sendo “castigada por Deus” por ter um filho com deficiência. Segundo a vereadora, o fato de a criança ter o TEA era uma espécie de punição divina e que a mãe deveria pagar por alguma suposta atitude negativa. Ainda mais perturbador foi o momento em que a vereadora afirmou que a mãe estava pagando por algo que havia feito no último fim de semana, deixando claro que ela acreditava que a mulher estava sendo punida por Deus.

As palavras de Zirleide Monteiro chocaram a todos na sessão, inclusive o presidente da Câmara, Wevertton Siqueira, conhecido como Siqueirinha. Ele imediatamente repudiou as declarações da vereadora e pediu desculpas em nome dela. Siqueirinha lamentou profundamente o que foi dito, considerando as palavras da vereadora como infelizes e desrespeitosas.

“Eu acho que a senhora foi muito infeliz em suas palavras, em dizer que o filho de uma mãe veio deficiente porque é um castigo de uma pessoa ser ruim ou de uma pessoa ser boa. Eu acredito que a senhora foi muito infeliz, eu quero pedir desculpa em nome da vereadora Zirleide, eu como presidente, eu quero pedir desculpa em nome dela a todas as mães que têm um filho deficiente aqui em Arcoverde, em Pernambuco e em todo o Brasil”, declarou o presidente da Câmara.

A declaração da vereadora provocou indignação não apenas no município de Arcoverde, mas em todo o território nacional. A intolerância e o preconceito não têm lugar na sociedade, e a repercussão desse evento é uma lembrança de que a luta contra o preconceito e a discriminação deve ser constante e incansável. A esperança é que, por meio do repúdio a essas atitudes e da conscientização, possamos construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa para todos, independentemente de suas diferenças.