A ausência de quórum mínimo para a votação da ordem do dia na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), durante a reunião plenária desta terça-feira (29), foi duramente criticada por parlamentares do PSB. Apenas 19 deputados marcaram presença na sessão, número abaixo dos 25 exigidos pelo Regimento Interno da Casa para deliberações.
Segundo os parlamentares socialistas, a manobra para esvaziar o plenário teria sido articulada pela base governista com o objetivo de adiar a votação do Projeto de Lei Complementar nº 2831/2025, que trata da paridade de proventos entre policiais civis da ativa e aposentados. A situação repete o que já havia ocorrido no início do mês, quando outra sessão foi esvaziada para evitar a análise de um projeto que acabava com a cláusula de barreira em concursos da área de segurança pública.
A deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) foi a primeira a comentar a ausência da bancada aliada ao Governo do Estado. Ela afirmou que os governistas teriam se retirado da sessão a pedido do próprio Executivo, após a apresentação de uma emenda de última hora ao projeto. “O que a Polícia Civil vai conseguir é fruto da mobilização dos policiais. Era algo que a gente iria perder, nossa paridade, e neste projeto está sendo garantida a paridade para quem ingressou até março de 2020. Vamos continuar nessa luta por todos os policiais de Pernambuco, para que, na próxima sessão, consigamos a votação”, disse a parlamentar ao público presente nas galerias.
Já o deputado Sileno Guedes (PSB) classificou a estratégia como uma “manobra” do Governo do Estado e criticou a falta de articulação política do Palácio. “O Governo não tem capacidade de articular sua bancada, nem influenciar naquilo que tem que influenciar, e a forma mais fácil que encontram é pedir pra esvaziar esse Plenário, para que esta Casa não possa produzir”, disparou.
Na mesma linha, o deputado Cayo Albino (PSB) lamentou a postura da base aliada. “Sempre que tem uma discussão que afeta o Governo ou que o Governo tem interesse, chega simplesmente uma ordem para esvaziar essa Casa. A gente precisa permanecer com nossa autonomia, com firmeza, para defender o povo pernambucano”, afirmou.
O impasse adia, mais uma vez, a deliberação sobre um dos projetos mais aguardados pelos policiais civis do Estado, que acompanham de perto as movimentações no Legislativo. A expectativa agora é que a proposta volte à pauta na próxima sessão com o quórum necessário para votação.
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