As metas e ações do programa Juntos pela Segurança, apresentadas nesta segunda (27) pela governadora Raquel Lyra, repercutiram na Reunião Plenária da Alepe. Da tribuna, parlamentares teceram tanto elogios quanto críticas à proposta que substituirá o Pacto pela Vida. Houve, ainda, pedidos por um maior detalhamento do plano estadual de combate à criminalidade.
Presidente da Comissão de Segurança Pública da Alepe, Fabrizio Ferraz (Solidariedade) elogiou o plano, que prevê investimentos de R$ 1,3 bilhão até 2026, com a meta de reduzir em 30% o número de homicídios e crimes contra o patrimônio, e em 40% os crimes contra mulheres. Ele destacou a criação de batalhões da Polícia Militar nos municípios de Bezerros, no Agreste Central, e Goiana, na Mata Norte, bem como a implantação de seis complexos da Polícia Científica no interior e a construção de 15 novas delegacias da Polícia Civil e de 14 unidades do Corpo de Bombeiros.
m apartes, o líder do Governo, Izaías Régis (PSDB), apontou que o número de policiais não acompanhou o crescimento da população nos últimos anos e disse que, apesar das dificuldades, está confiante de que a governadora vai cumprir com todos os compromissos anunciados. João de Nadegi (PV) se disse esperançoso com a redução dos índices de criminalidade até o fim do mandato da gestora. Joãozinho Tenório (Patriota), por sua vez, celebrou o anúncio de retomada de obras do complexo científico em Salgueiro, no Sertão Central, paralisadas desde 2014. Já para a líder da Oposição, Dani Portela (PSOL), o plano estabeleceu metas, mas não detalhou as ações que serão tomadas para alcançá-las.
Da tribuna, a deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) também avaliou que o Governo apresentou um planejamento “futurista, genérico, e sem objetividade”. Ela apontou que o Poder Executivo não detalhou como pretende monitorar os indicadores da violência, nem informou as datas e os prazos para as ações da Defesa Social, contrariamente ao que ocorria com o Pacto pela Vida.
“Por que temos ainda oito delegacias da mulher que não abrem no final de semana nem à noite? Por que a Secretaria da Mulher do Estado só está ocupada com metade dos cargos? Por que foi fechada uma casa abrigo quando eu só tenho quatro? Então, não adianta você botar num papel que a mulher é prioridade quando na vida real não há coerência entre o que você fala e o que você faz”, comentou.
João Paulo (PT), por sua vez, defendeu que os parlamentares contribuam com o aperfeiçoamento do programa Juntos pela Segurança quando o projeto tramitar pela Alepe. As propostas levantadas na Conferência Livre de Segurança Pública, realizada em agosto deste ano, foram indicadas pelo deputado como modelo a ser seguido pelo Governo do Estado a fim de oferecer uma segurança mais livre e inclusiva à população. Segundo ele, o texto formulado no evento defende um trabalho de combate à violência que articule os conceitos de gênero, raça e classe social.